QUEM-É-LULA-PARTE-03
QUEM É LULA?
PARTE 3.
QUEM É LULA PARTE 03
O INICIO DA CARREIRA POLITICA.
Em 1980, durante uma greve no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada por Murilo Macedo, então ministro do Trabalho do general João Batista Figueiredo, e Lula foi detido por 31 dias nas instalações do DOPS paulista. Em 1981, foi condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva, tendo porém recorrido e sido absolvido no ano seguinte.
Em 1982, Lula participou das eleições para o governo de São Paulo e perdeu. No mesmo ano, alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luiz Inácio Lula da Silva visando usá-lo em pleitos eleitorais futuros, pois a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos. Em 1984, participou, ao lado de Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy, Tancredo Neves, entre outros, da campanha Diretas Já, que clamava pela volta de eleições presidenciais diretas no país. Após o fracasso da campanha Diretas Já e a realização das eleições presidenciais de forma indireta, Lula e o PT abstiveram-se de participar do pleito. Com a morte do presidente Tancredo Neves e a posse de José Sarney, Lula e o PT decidem firmar uma posição independente, mas logo se encontram no campo da oposição ao novo governo.
Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação para a Câmara Federal até aquele momento, tendo participado da elaboração da Constituição Federal de 1988. Foi favorável à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto, à jornada semanal de 40 horas, à soberania popular, ao voto aos 16 anos, à estatização do sistema financeiro, à criação de um fundo de apoio à reforma agrária e ao rompimento de relações diplomáticas com países que adotassem políticas de discriminação racial.
Campanha presidencial de 1989.
Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a presidente e ficou em segundo lugar. No segundo turno, Fernando Collor de Mello, candidato do Partido da Renovação Nacional (PRN), primeiro colocado no turno inicial das eleições, foi eleito presidente após receber o apoio dos meios de comunicação e empresários, uma vez que estes se sentiam intimidados ante a perspectiva do ex-sindicalista, radical e alinhado às teses de esquerda chegar à presidência.
A campanha de Collor no segundo turno foi fértil em práticas tidas, na época, por moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a quem a queda do Muro de Berlim havia transformado em anacronismo, e seus atos político-eleitorais (comícios, passeatas) foram descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo Kucinski tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores de Collor nos comícios do PT). Collor acusou ainda Lula de desejar sequestrar ativos financeiros de particulares, o que a equipe econômica de seu futuro governo faria após sua eleição.
Articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, Míriam Cordeiro, com a qual ele teve uma filha, surgiu na propaganda televisiva de Collor durante o segundo turno das eleições para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), posteriormente o maior rival eleitoral do PT, na época declarou apoio oficial a Lula no segundo turno. O candidato Mário Covas, que havia ficado em quarto lugar naquela eleição, subiu em palanques ao lado de Lula em defesa da candidatura petista.
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